devaneio no covil – pt. 1

devaneio no covil – pt. 1

tenho tido dificuldades em me expressar. neste mundo sem interação real, só existo entre os meus. quem sou eu quando ninguém me vê? preciso ser vista, preciso ser vista! a dor que mora em mim quer te devorar também. vem pra mim. vem pra mim que eu te dou o que há de mais pesado e você carrega. carrega pra mim, vai. nunca te pedi nada. 

respiro.

no meu mundo infinito cabem palavras que se desfazem quando desafiadas no concreto da subjetividade. 

como posso discernir qualquer coisa se qualquer coisa é e tem direito de ser. 

eu só posso ser com elas. talvez eu passe. elas não. talvez tudo passe. 

essa quarentena já durou 1000 anos. 

(Marcelly Joyce, Palm Bay – Florida, 07 de Abril de 2021) 

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